vida, trabalho, presentes, pesquisas realizadas

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

3xpoesia


romanceio
cartas novas
tiros de céu, estrelas ao vento
três vezes poesia numa sala escura
de uma noite ao léu
crucifixos fixos em filosofias vãs
a morte reelabora o que a vida suga

três vezes poesia escura numa sala nua
de uma noite ao céu, sem véu

veladas e cruas, e vestidas
investidas do acaso, ocasionadas de tempo
assustam o relento pra enobrecer o vazio

do sublime, o gesto, e a voz decide...
ensurdeced'oira:

três vezes escuras numa poesia crua


(Rio de Janeiro, sob madrugada do dia 07 de setembro, na casa da prima Helena, com ela e Ju Schmitz)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

acordo com a vida

tenho deitado como quem dorme

quieta no escuro do quarto, esperando a noite trazer o sono

mil borboletas a girar cabeça em mim: a lembrança dos irmãos, a potência do amor guardado, as palavras que não desabrocham, as flores que não chegam, o vento que bate a porta, o azul do voo que não parte, o cais do porto em que não se banha...

.

tenho dormido como quem sonha

flashes a iluminar o escuro, reverberando agruras

cavalos a solapar a matilha dos passos: a impaciência com a impaciência do homem, o berro no último trago, o gole seco da sede, o abraço vão pela metade, a miragem da partida, o rasgo da última palavra corrompida, o queixume do azedume...

.

tenho acordado como quem vive

clareiam as gotas profundas no peito, co(u)raçando novos dias

pássaros a adentrar malocas no corpo: o giro eterno da infância, a dança do encontro ao acaso, o céu abarcando meus seis lados, a nuvem (branca!) que o enfeita, o bom caos da brandura, a potência da paz que faz nascer coisas belas, a estrela que surge sem nome ofuscando os laços, o movimento do amor inaugurado em instantes – voos constantes...

.

tenho vivido... e pra viver: borboleta e

ar.

sábado, 14 de agosto de 2010

*

segue, estrela infinda, na volta de alumiar novamente! é meu e teu o passo do sempre... por sempre ACORDAR.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

da vida o inteiro

pra que reverberar no vazio, quando ouvidos escuros não ouvem? sol amanhece na casa de quem o verso toca, dá brilho na luz de quem a alma versa. cessa o coração fraco daquele a quem o frio da superfície gela. insanos poetas e suas fraquezas de rasgar poesias... seus livros nunca serão escritos. páginas de vida ao meio. quero da vida o inteiro!
.
boa semana aos que insistem em ser todo em cada coisa!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

presente passagem

de quando a quando é tempo indo e voltando. vento da janela balança... solidez nela é a dança. passagem é um tempo presente.

!

que o amor venha me desalojar do fácil, me comprimir em versos e valsas, saltar minhas veias em criacão. criação de novos e grandes afetos, mais e belos amores, com seus sangues e fraturas. pra que eu aprenda a unir, juntar as forças do bem, que pré-existem às negativas!

(12 de julho de 2010)

Entremeios ditos

De mais a mais
Do pão, do pó, da paz
Estatuta de relance...
Participiante vida
Presa na cruz, credo em pus... remanescente

Objetiza parte ao meio
Pra alimentar profusa...

Estirpiante em cena
Ceulabora entranças
Enerveia os tempos
Ordem nau difusa alento
Corpo-paz persegue sã

(em 8 de julho de 2010)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

deixe de onda!

relampejo de clareza n'alma, imagens voam, dizem por si.
de instantes, atravesso, olhar levantado passando pela luz do teto...

tudo silencia.. rio em mim de toda clareza e digo: "deixe de onda!".

paisagem em vidro

quina da janela
paisagem em vidro

de cima a cidade em telha
de frente raros verdes se entremeiam - esperança em cadeira branca
embaixo, o corpo...

transeuntes descompensados se esbarram.
passam-em-cima-do-holofote-puxam-freio-enebriados-rodam-em-círculo-de-brandura
e, num pulo, trapaçam - salto!

arquiteturas em demasia dançam
jorram cores de criança, massinhas de modelar.
.
.
da quina da janela a cidade se parte
e reparte.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

escorrega di a...

ao primeiro olhar da manhã
raios profundam da janela
imensidão de sol nela
imersa em cor escancarada

surpresa em vista
resplandece vidas
amora o dia em batidas urgentes
recolhe sabores derretidos
e segue... escorrega
jsgkabckbkjabckabdi
hbdhcjvakjbvajkvbjasa



do amarelo em profundezas
ao amor de sangue-cor