vida, trabalho, presentes, pesquisas realizadas

sexta-feira, 25 de março de 2011

primeiros dias de gravidez... sem saber.

o sol me chama a ser sol.
a ser mais sol.
quente e aberto.

espalhar-me em amarelo. espelhar-me. refletir-me.

os dias vêm e vão e minha natureza se aprofunda.
vem do profundo da terra... quente.
pra voltar com a raiz, em punho, erguida.

sou terra, sol, mãe que não se esquece.
e choro porque tenho água e nela preciso me banhar.
e nada disso é tristeza - nem o choro.
é apenas o modo como desabrochei hoje.
outro modo de mim, bobo e tolo.

como a criança que só mais tarde se revela.
as mãos abertas, os braços firmes para o abraço
no peito, certo desembaraço
junto à grandeza de querer brincar e sorrir mais do que um dia pôde.

a quem compartilha com ela o sono sabe:
mais forte é o sol que no seu peito se abre
o sol com um sorriso no canto da folha,
como o desenho que fazia na infância.

e tudo mais é desatino de quem só está aprendendo a andar
e o sol a pino revela as sombras da vida que não há.


(Sabiaguaba, Fortaleza-CE, 04 de fev. 2011)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

em 17 de janeiro de 2011

no abraço
no laço
no passo
no desatino do espaço
no meu, no teu, no nosso
no desenfrear do 'não posso'
no alumiar do que é sorriso, só risos...
nossos
do amor que vem, que une e fortifica
da paixão pela vida que pode ser erguida
da possibilidade de ser mais de um e dois
de ver o terceiro de nós
e assim podermos dar as mãos

o céu é o mesmo -
abrigo de novas e grandes descobertas -
abertas
e o coração, todos os dias
bate à porta
convidando-nos a adentrarmo-nos
livrarmo-nos de qualquer tormenta

todo dia é dia!
manhã e sol - (c)oração!
e o brilho eterno que fica.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

dando uma volta

deserto. cidade-deserto.
volumes e rumores espantam.
os navegantes partem.
...toda a força fica.
você fica.
sua arte, seu gosto pela vida.
a cidade, em si... e os rumores.
.
aquele sopro da brisa que te leva
te traz de volta.
você volta.
seu sorriso pelo sol nasce e ilumina.
iluminas.
novo sol, em si... no calor do abraço.
porque você não parte.
nem nunca.
num giro, volta.
leve.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

a gente pode ser mais sol

Se eu estou.
Se eu.
Eu sol.
Tu és.
Nós solmos. Mãos dadas.
Se eu estou.
Se eu, errada, estou.
Se o que não é bom eu sou.
Eu sol, logo luz. Nus: somos.
.
A verdade. E esta? Se existe, vem?
De onde vem. De onde sol? De onde és.
Porque és e somos. Sol. De mãos dadas e atadas. Iguais.
.
E o corpo aflito sente.
O sol se põe. A noite mente.
Ouve o recado. No silêncio:
...
Do sol, tu sou, eu és. Nós!
.
(um insight de o "A gente pode ser mais sol")

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

deste janeiro as flores estão mais próximas.
uma casa no campo e o coração aberto soprando a vida. soprando vidas.
aqui recebo a claridade de um sem fim. um amor de surpresa diária, como os outros, mas uma plenitude que versa a calma, por mais que o vento seja forte e quase insista em derrubar as árvores há uma raiz mais forte plantada no chão.

aterra. a terra. mais perto dela, como antes também, mas algo de mais firme. algo que vai pra além de dois. algo de dar as mãos em roda, algo de soma mesmo, de multiplicar, de dividir. algo de ir, de partir junto, repartir, algo de extravasar o amor em amor, por amor. algo de gerar novas vidas, de cuidar do outro, de carinho mútuo, algo de ternura e ingenuidade.

a natureza vem e vai dos e para os extremos. a natureza estremece. pede ajuda, grita e esperneia. para querer nos engolir, por medo ou por glória.

coração aberto, pois na terra tudo se come.
deste janeiro florem vidas de toda parte. um sentimento da passagem, o sal nos olhos do mar que vem com o vento e os sorrisos dos sóis fundidos ao desenho da lua, nova.

janeiro, começo, passagem... o ano é de AMOR, em toda parte!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

3xpoesia


romanceio
cartas novas
tiros de céu, estrelas ao vento
três vezes poesia numa sala escura
de uma noite ao léu
crucifixos fixos em filosofias vãs
a morte reelabora o que a vida suga

três vezes poesia escura numa sala nua
de uma noite ao céu, sem véu

veladas e cruas, e vestidas
investidas do acaso, ocasionadas de tempo
assustam o relento pra enobrecer o vazio

do sublime, o gesto, e a voz decide...
ensurdeced'oira:

três vezes escuras numa poesia crua


(Rio de Janeiro, sob madrugada do dia 07 de setembro, na casa da prima Helena, com ela e Ju Schmitz)