Nos instantes de incerteza e ansiedades, pequenas disciplinas
nos
salvam.
O lugar e a hora certa de avançar não há!
Antes dançava pensando em salvar os outros, mas eu danço mesmo é pra ME salvar. (Denise Stutz - "Três Solos em um Tempo")
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
dadas
ydgcdcavsdydgcdcavsdydgcdcavsd e na contramão,
ydgcdcavsdmãos
ahscacsjcabscabkquEncontraM
cscahchabcasbcasbcasbcjasbcjcãos
no
xbcabc a m i n h o.
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no
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segunda-feira, 23 de novembro de 2009
espirros
na faxina da alma eis que tudo fica ainda mais empoeirado. poeira de espirro gostoso, daqueles de se sentir liberdade de expressão, grito do espírito, espriguiçada do coração...
que venha a poeira do tempo, revelando a sujeira da vida.
morro antes e vivo depois de cada espirro.
morro-morro-morro. espirro-espirro-espirro. vivo-vivo-vivo!!
eu quero é poeira na trilha, pra poder perder de vista o caminho!
SA-Ú-DE!
que venha a poeira do tempo, revelando a sujeira da vida.
morro antes e vivo depois de cada espirro.
morro-morro-morro. espirro-espirro-espirro. vivo-vivo-vivo!!
eu quero é poeira na trilha, pra poder perder de vista o caminho!
SA-Ú-DE!
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
sa-cer-do-ti-sa
toma vitamina de tomate, jamelão e castanha.
embrulha o estômago, bota pra fora o que antes sujara lá dentro.
descobre: é hora!
escreve, vai embora nas linhas dos movimentos diários para a liberdade!
instropecta a razão para fazer-se cheia de sis de si, por si, não de outrem, por outrem.
e a carta do dia sacerdotiza a irmã do interior e anuncia caminhos de reflexão e ponderação: quietude, contemplação, espera.
o momento de dentro saúda o de fora sem procura ou ânsia por respostas...
à espreita da planta que brota não por seu bel prazer, mas por ter em si reais e naturais necessidades de viver.
NAMASTÊ!
embrulha o estômago, bota pra fora o que antes sujara lá dentro.
descobre: é hora!
escreve, vai embora nas linhas dos movimentos diários para a liberdade!
instropecta a razão para fazer-se cheia de sis de si, por si, não de outrem, por outrem.
e a carta do dia sacerdotiza a irmã do interior e anuncia caminhos de reflexão e ponderação: quietude, contemplação, espera.
o momento de dentro saúda o de fora sem procura ou ânsia por respostas...
à espreita da planta que brota não por seu bel prazer, mas por ter em si reais e naturais necessidades de viver.
NAMASTÊ!
terça-feira, 6 de outubro de 2009
e como disse...
... uma amiga minha sabida:
eu devo estar numa fase de desintoxicação.
taí! deve ser isso mesmo! :)
P.S.: saudade da Lia!
eu devo estar numa fase de desintoxicação.
taí! deve ser isso mesmo! :)
P.S.: saudade da Lia!
domingo, 4 de outubro de 2009
silêncio para o acordar de novos dias
Era cedo ontem quando vi a lua cheia dum canto diferente da casa. Sempre chego tarde e a vejo bem em cima do meu quarto, alimentando-me de luz. Hoje não é dia de sair nem de ouvir o telefone tocar. É tempo de desligamentos e de preparar o coração, a mente e a alma para novos encontros, novos laços, novas estradas, novos banhos de mar.
Volto-me para a lua, daquele novo lugar. Ela, grande, cheia, deixa-me maior, enchendo-me de força e luz! Despeço-me para entrar no quarto e cuidar do que é meu. É preciso pensar em arrumar não só o quarto, mas a casa... a da alma e a do lugar que ocupa o corpo. Meu corpo às vezes se perde por aí... transita a esmo. Só depois da sacudidela ele cai em si.
Mais tarde, transponho minha força para o trabalho, a fim de fechar as portas entreabertas. Quero alimentar-me do silêncio e emergir no que for produtivo. Depois descubro o que pede minha alma. A hora não é agora... e ao mesmo tempo é sempre, toda hora.
Lá se vem a lua andando para cima do meu quarto. Já se faz tarde da noite, quase cedo da manhã. Tenho muito mais o que fazer, mas deitar os olhos no sono faz bem.
Cabeça no travesseiro, lembro que ser feliz é ter consciência da felicidade dos momentos mais inusitados, especialmente dos momentos de sabedoria e silêncio.
Silencio, então, com a luz da lua cheia de outubro, esse mergulho em mim... e durmo. Para o acordar de novos dias de consciência.
Volto-me para a lua, daquele novo lugar. Ela, grande, cheia, deixa-me maior, enchendo-me de força e luz! Despeço-me para entrar no quarto e cuidar do que é meu. É preciso pensar em arrumar não só o quarto, mas a casa... a da alma e a do lugar que ocupa o corpo. Meu corpo às vezes se perde por aí... transita a esmo. Só depois da sacudidela ele cai em si.
Mais tarde, transponho minha força para o trabalho, a fim de fechar as portas entreabertas. Quero alimentar-me do silêncio e emergir no que for produtivo. Depois descubro o que pede minha alma. A hora não é agora... e ao mesmo tempo é sempre, toda hora.
Lá se vem a lua andando para cima do meu quarto. Já se faz tarde da noite, quase cedo da manhã. Tenho muito mais o que fazer, mas deitar os olhos no sono faz bem.
Cabeça no travesseiro, lembro que ser feliz é ter consciência da felicidade dos momentos mais inusitados, especialmente dos momentos de sabedoria e silêncio.
Silencio, então, com a luz da lua cheia de outubro, esse mergulho em mim... e durmo. Para o acordar de novos dias de consciência.
sábado, 3 de outubro de 2009
Tati, a garota
(Composição: Dori Caymmi / Paulo Cesar Pinheiro)
Era uma criança tão singela
Só que Deus pôs dentro dela
Um mistério da tristeza
Era uma criança tão singela
Só que Deus pôs dentro dela
Um mistério da tristeza
Era inocente
Sem saber que a dor que sente
Era herança de uma dor maior
Com esse olhar tão só
Caminha essa criança tão sozinha
Numa estrada que não volta
Nunca mais
Ah, se eu pudesse fazer
Você jamais crescer
Eu ia cuidar de você
Qual nada
É uma criança já marcada
À mercê de triste herança
Solidão, dor e distância
Pra viver a infância como nunca mais
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
uni-verso aos 30 a me-ditar
tudo conspira: passar o 13 de setembro dos 30 em doce-sintonia de paz, serrando na linha cearense, em meio f(r)io, longe da incólume jornada 'sagrada' de outrora.
.
velas só pra acender, presentes só pra se dar, abrigo pra esquentar, longe de grandes conversas, remessas, trapaças... pirraça eu faço até sozinha, 'de graça'!
.
o luar na praça pra me alumiar... céu mais perto do agora, abocanhando independência, me-dita-ação!
.
assim é; assim seja!
.
velas só pra acender, presentes só pra se dar, abrigo pra esquentar, longe de grandes conversas, remessas, trapaças... pirraça eu faço até sozinha, 'de graça'!
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o luar na praça pra me alumiar... céu mais perto do agora, abocanhando independência, me-dita-ação!
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assim é; assim seja!
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
cal-MAR-ia
ver-de mar levanta brilho em fronte
de fonte desvanecida
vencida em flor, mirando cor
espelho d'água em reflexo
de vida renovada que ia
parte partia em on-das
mar cal-maR-IA
em ver-de nos olhos
daquela que se faz
re-faz
em parte, de todo
em paz
de fonte desvanecida
vencida em flor, mirando cor
espelho d'água em reflexo
de vida renovada que ia
parte partia em on-das
mar cal-maR-IA
em ver-de nos olhos
daquela que se faz
re-faz
em parte, de todo
em paz
quarta-feira, 29 de julho de 2009
cor-re-dor
A experiência nem cabe num imenso corredor de portas fechadas...
Espia as brechas, abre as portas! Há mta luz e vento a entrar, pés caminhar, novo a seguir!
Espia as brechas, abre as portas! Há mta luz e vento a entrar, pés caminhar, novo a seguir!
sexta-feira, 29 de maio de 2009
mané fogueteiro
deixa de atiçar as crianças pro mar...
e se atiçar deixa a areia rolar
o bom é deitar o olhar sobre o dia, a praça em luz, o sol dando tapa aveludado na cara...
à noite enrijeço.
e se atiçar deixa a areia rolar
o bom é deitar o olhar sobre o dia, a praça em luz, o sol dando tapa aveludado na cara...
à noite enrijeço.
terça-feira, 12 de maio de 2009
a quilômetros igual
.
salto a quilômetros
alegria instante
em tempo verso
pós angústia dor
caos, tarde, amor
presente caixa à parte
parte, reparte
mais verão e acaso
rasgo peito inconstante
removendo sangue
novo o não instaura
o sempre igual
Praia da Peroba (CE), 11 de abril de 2009.
salto a quilômetros
alegria instante
em tempo verso
pós angústia dor
caos, tarde, amor
presente caixa à parte
parte, reparte
mais verão e acaso
rasgo peito inconstante
removendo sangue
novo o não instaura
o sempre igual
Praia da Peroba (CE), 11 de abril de 2009.
domingo, 10 de maio de 2009
.
amor é pra ser livre...
sem hora marcada
sem aviso prévio
sem bula de remédio
irremedialmente leve
amor é pra ser livre...
sem hora marcada
sem aviso prévio
sem bula de remédio
irremedialmente leve
sem receio, anseio ou dor
sem preço que se pague
sem dívida que se cobre
sem água que se afogue...
...se houver chuva, a-me-açar
amor há de cheirar terra molhada
há de limpar a vista da bruma, desembaçar
há de tirar a dor de cabeça, não tiraniar
há de limpar a vista da bruma, desembaçar
há de tirar a dor de cabeça, não tiraniar
pois guerra nem rima com amor
é preciso acordar e ter chão a pisar de areia fina
escovar os dentes pra brincar com a espuma na boca
escovar os dentes pra brincar com a espuma na boca
alimentar-se com pão-mel-de-ló-melodia
deitar o sono justo das horas vãs que não são vazias
deitar o sono justo das horas vãs que não são vazias
passar por essa vida e viver algo assim...pra não fadar ao fracasso
pra poder ser feliz e amar em 5min, q seja, intensamente
pra poder ser feliz e amar em 5min, q seja, intensamente
"qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na locura..."
João Guimarães Rosa
João Guimarães Rosa
sábado, 2 de maio de 2009
Tempo de trocar de pele
Viver novo amor é como trocar de pele
É descascar o avesso de algo que ainda não foi
Fazer existir um outro universo... um novo... um sempre (?)
É descansar no silêncio de um desejo
Ou gritar o medo ensurdecedor do vazio
É viver... simplesmente... a se atravessar
É um não-saber inconstante
Acordar pro dia das horas incertas
Dormir o sono revirado dos instantes presentes
Passear no jardim dos tempos da espera
Recolher-se para o breve desabrochar
Que mal há em se querer amor certo?
Que mal há em se querer a certeza do amor?
Ser feliz, ter mil minutos de glória
Saber das certas respostas, do sorriso sincero
Do viver presente, constante, absoluto... (?)
Mas há sempre que se trocar de pele, eu sei
A viva cor da carne é intensa o bastante
E queima quando muda... e, muda, enlouquece
Gritando a não-voz do amor em carne... vivo!
É descascar o avesso de algo que ainda não foi
Fazer existir um outro universo... um novo... um sempre (?)
É descansar no silêncio de um desejo
Ou gritar o medo ensurdecedor do vazio
É viver... simplesmente... a se atravessar
É um não-saber inconstante
Acordar pro dia das horas incertas
Dormir o sono revirado dos instantes presentes
Passear no jardim dos tempos da espera
Recolher-se para o breve desabrochar
Que mal há em se querer amor certo?
Que mal há em se querer a certeza do amor?
Ser feliz, ter mil minutos de glória
Saber das certas respostas, do sorriso sincero
Do viver presente, constante, absoluto... (?)
Mas há sempre que se trocar de pele, eu sei
A viva cor da carne é intensa o bastante
E queima quando muda... e, muda, enlouquece
Gritando a não-voz do amor em carne... vivo!
de um modo ou de outro...
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"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
Clarice Lispector
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"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
Clarice Lispector
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quinta-feira, 23 de abril de 2009
meu pássaro
.
de certo que quanto mais presente e feliz o canto do pássaro, mais perto do topo do céu ele estará... e mais perto do longe de mim... ainda assim, de tristeza feliz, eu digo: voa! porque é assim que eu quero te sentir comigo.
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de certo que quanto mais presente e feliz o canto do pássaro, mais perto do topo do céu ele estará... e mais perto do longe de mim... ainda assim, de tristeza feliz, eu digo: voa! porque é assim que eu quero te sentir comigo.
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terça-feira, 14 de abril de 2009
"o grande amor"
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lição do dia:
não deixe que "o grande amor" só exista no altar da memória... só na invenção e na reinvenção da vida e dos acordos que fazemos quando encontramos o outro é que podemos tornar possível (e grande!) o amor.
.
sobrado de mim...
lição do dia:
não deixe que "o grande amor" só exista no altar da memória... só na invenção e na reinvenção da vida e dos acordos que fazemos quando encontramos o outro é que podemos tornar possível (e grande!) o amor.
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sobrado de mim...
quarta-feira, 8 de abril de 2009
agora...
.
.
. eu preciso fechar os olhos e transitar no silêncio e na calmaria do meu sono... dos meus sonhos...
.
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.
. eu preciso fechar os olhos e transitar no silêncio e na calmaria do meu sono... dos meus sonhos...
.
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sábado, 4 de abril de 2009
Maremoção
.
Sol de amarelo Oxum
Céu de azul livre cor
Mar imensidão em mim
Solitária praia em povoada emoção
Vento, brisa paz, véu de leveza
Sou um alienígena dos meus sonhos
Na estranha certeza dos quereres
Travo nos nortes mais escuros
Sem nem mesmo saber...
Quem sabe os búzios me respondam
Mas antes que eu (re)signifique as emoções
Prefiro alinhavar em mim o fio sereno da virtude
Em cada veia em polvorosa
Praia solitária em povoada emoção
Céu de azul abril
Desnorteadamente belo
Que até calou a chuva da vinda pro meu desejo
(sinal de bons ventos d’aurora)
O sol me renovou purificando os novos tempos...
Povoada de emoção em solitária praia,
o mar dançou ondas em mim...
Prainha (CE), em boa companhia da natureza... finalizado às 12h28.
... um búzio me olhou do chão e veio comigo...
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Sol de amarelo Oxum
Céu de azul livre cor
Mar imensidão em mim
Solitária praia em povoada emoção
Vento, brisa paz, véu de leveza
Sou um alienígena dos meus sonhos
Na estranha certeza dos quereres
Travo nos nortes mais escuros
Sem nem mesmo saber...
Quem sabe os búzios me respondam
Mas antes que eu (re)signifique as emoções
Prefiro alinhavar em mim o fio sereno da virtude
Em cada veia em polvorosa
Praia solitária em povoada emoção
Céu de azul abril
Desnorteadamente belo
Que até calou a chuva da vinda pro meu desejo
(sinal de bons ventos d’aurora)
O sol me renovou purificando os novos tempos...
Povoada de emoção em solitária praia,
o mar dançou ondas em mim...
Prainha (CE), em boa companhia da natureza... finalizado às 12h28.
... um búzio me olhou do chão e veio comigo...
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domingo, 29 de março de 2009
Iansã, ninar de Xangô
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Sou tomada por fúria de ninar
Se este rei aparece
Sem razão, entorpecida
Ventando energia, varando os poros
Cambaleando no tempo, sem tempo, em tempo de amar!
Nina Iansã, Xangô!
Nina com teu espírito de glória
Embalado ao batuque, sem truque
Faça poesia em movimento-corpo-canção
E cante a mais bela voz leve sonhada
Pra que Iansã, em tempestade, chova verdade
Nina, Xangô... pra nunca mais ela acordar
No encontro das almas pele é consequência
Fuga de hoje é aproximação do sabor do amanhã
Deixa, então, guardado o fogo de seus olhos em festa
Deixa dormindo a luz de iluminar manhã
Pois à noite, em brasa, Iansã deságua em cachoeira
Xangô, nina Iansã guerreira
Que Santa Bárbara protege
No céu ou na mata, deixe Oyá virgem senhora
Lembre-se: nem fogo, nem raio desviam o caminho de outrora
Deixe a fiel Rainha gotando o grande rio em lágrimas de amor
Eparrei, Iansã!
Saravá, Xangô!
Sou tomada por fúria de ninar
Se este rei aparece
Sem razão, entorpecida
Ventando energia, varando os poros
Cambaleando no tempo, sem tempo, em tempo de amar!
Nina Iansã, Xangô!
Nina com teu espírito de glória
Embalado ao batuque, sem truque
Faça poesia em movimento-corpo-canção
E cante a mais bela voz leve sonhada
Pra que Iansã, em tempestade, chova verdade
Nina, Xangô... pra nunca mais ela acordar
No encontro das almas pele é consequência
Fuga de hoje é aproximação do sabor do amanhã
Deixa, então, guardado o fogo de seus olhos em festa
Deixa dormindo a luz de iluminar manhã
Pois à noite, em brasa, Iansã deságua em cachoeira
Xangô, nina Iansã guerreira
Que Santa Bárbara protege
No céu ou na mata, deixe Oyá virgem senhora
Lembre-se: nem fogo, nem raio desviam o caminho de outrora
Deixe a fiel Rainha gotando o grande rio em lágrimas de amor
Eparrei, Iansã!
Saravá, Xangô!
sexta-feira, 27 de março de 2009
Frestinhas de descuido
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Pirilampo requintado
Conversas de emaranhar
De um lado guardo o trago
Pra bem na frente poder soltar
Sou menina bem afoita
Quando dou de encontrar desvio
Só pra sentir cada passo, em cada gole desalinho
Se de perto em breve leve
Pra bem longe temer distar
Olho calma, amplio alma
Dou um beijo e viro mar
Me alevanto bem tranquila
Tomo o rosto do bom moço
Me enovelo, levo martelo
E n’outro dia sou só o caroço
Mas em pé de desatino é que se sente coração
E em frestinhas de descuido abro janelas na emoção
Pirilampo requintado
Conversas de emaranhar
De um lado guardo o trago
Pra bem na frente poder soltar
Sou menina bem afoita
Quando dou de encontrar desvio
Só pra sentir cada passo, em cada gole desalinho
Se de perto em breve leve
Pra bem longe temer distar
Olho calma, amplio alma
Dou um beijo e viro mar
Me alevanto bem tranquila
Tomo o rosto do bom moço
Me enovelo, levo martelo
E n’outro dia sou só o caroço
Mas em pé de desatino é que se sente coração
E em frestinhas de descuido abro janelas na emoção
quinta-feira, 19 de março de 2009
Acaso dá certo...
.
às 18h17
Verso cordas-bambas
(ou Na bamba corda do verbo)
(Letra: TP)
Me identifico palavreando cordas-bambas
E, em versos, bobeio sons em branco...
Chateio as letras, que se enlouquecidas e vagas são só pra olhos que não têm encanto
Elas se estapeiam e rebuliçam a alma
Esganam versos organizados na balbúrdia do coração
Dão pontapé no peito de quem quer
Depois... massageando
Tem quem acorde pra tomar café
E os que não dormem pra rimar... pois é
Mas, se é de escolher, prefiro atestar o pranto
Chorar não é tristeza, amigo
Água congela a zero grau e (r)ebuliça a cem centígrados
Sou quente e forte em tempo maior
REFRÃO
Bambas palavras me acordam
Pra dizer bobas poesias
Nos verbos brancos escrevo melodias
Bambas palavras despertam
Versos em corda, energia
Em sons em branco tropeço meus dias
às 18h17
Verso cordas-bambas
(ou Na bamba corda do verbo)
(Letra: TP)
Me identifico palavreando cordas-bambas
E, em versos, bobeio sons em branco...
Chateio as letras, que se enlouquecidas e vagas são só pra olhos que não têm encanto
Elas se estapeiam e rebuliçam a alma
Esganam versos organizados na balbúrdia do coração
Dão pontapé no peito de quem quer
Depois... massageando
Tem quem acorde pra tomar café
E os que não dormem pra rimar... pois é
Mas, se é de escolher, prefiro atestar o pranto
Chorar não é tristeza, amigo
Água congela a zero grau e (r)ebuliça a cem centígrados
Sou quente e forte em tempo maior
REFRÃO
Bambas palavras me acordam
Pra dizer bobas poesias
Nos verbos brancos escrevo melodias
Bambas palavras despertam
Versos em corda, energia
Em sons em branco tropeço meus dias
domingo, 15 de março de 2009
Pra brecu leR
.
Iguaria de passagem
(Letra: TP)
.
.
Desemboco no difuso raso (prato)
Fatigo corpo, est(r)ada molhada
Resseco boca, fumaça parda
Escureço, tormento brando dorme
Revigoro alma ao desembuchar confusa
Quero, espero, guardo, embrulho, embriago
Temo tempero, tremo, moro, la(r)go
Mais trigo limpo, jogo-me vencida
Mãos-luva em forno queimando em eclipse
Boca suaveneno vício
Corro, entorno pele escur(á) da face
Provoco lado beijo doce em festa
Macio, (almoço) amasso ao maço, dez em laço
REFRÃO
Estrada, calha, (flor)ipadu
Mingau de angu ferveu
Aguçou céu de anzol a(n)zul
Abusou silêncio eterno meu
Embocadura, queda, quieta
Esguio corpo, malfadada fome
Vejo de açoite (açougue) a noite, manto dorme
Escorregar sorriso, lábio em carne fere
Periga trança, nó de leve em breve
Mastiga neve em carne feliz cozida
De certo a sorte grita (frita) em coro corroída
Feliz é ter à mesa um sequer dia, enleve (!)
Pra amansar panela de pressão
Fustigar desejo, véu em sal canção
Prendo (ignoro... nariz) respiração
Banho mareio a ventur(á) nas mãos
REFRÃO
Estrada, calha, (flor)ipadu
Mingau de angu ferveu
Aguçou céu de anzol a(n)zul
Abusou silêncio eterno meu
Pra dizer de tempo há dias, dois, há dez, há sóis
Lembrar feliz idade arde, enlarguece o passo
Dia inteiro, minuto, sol, passagem... é iguaria
Iguaria de passagem
(Letra: TP)
.
.
Desemboco no difuso raso (prato)
Fatigo corpo, est(r)ada molhada
Resseco boca, fumaça parda
Escureço, tormento brando dorme
Revigoro alma ao desembuchar confusa
Quero, espero, guardo, embrulho, embriago
Temo tempero, tremo, moro, la(r)go
Mais trigo limpo, jogo-me vencida
Mãos-luva em forno queimando em eclipse
Boca suaveneno vício
Corro, entorno pele escur(á) da face
Provoco lado beijo doce em festa
Macio, (almoço) amasso ao maço, dez em laço
REFRÃO
Estrada, calha, (flor)ipadu
Mingau de angu ferveu
Aguçou céu de anzol a(n)zul
Abusou silêncio eterno meu
Embocadura, queda, quieta
Esguio corpo, malfadada fome
Vejo de açoite (açougue) a noite, manto dorme
Escorregar sorriso, lábio em carne fere
Periga trança, nó de leve em breve
Mastiga neve em carne feliz cozida
De certo a sorte grita (frita) em coro corroída
Feliz é ter à mesa um sequer dia, enleve (!)
Pra amansar panela de pressão
Fustigar desejo, véu em sal canção
Prendo (ignoro... nariz) respiração
Banho mareio a ventur(á) nas mãos
REFRÃO
Estrada, calha, (flor)ipadu
Mingau de angu ferveu
Aguçou céu de anzol a(n)zul
Abusou silêncio eterno meu
Pra dizer de tempo há dias, dois, há dez, há sóis
Lembrar feliz idade arde, enlarguece o passo
Dia inteiro, minuto, sol, passagem... é iguaria
terça-feira, 10 de março de 2009
D'Eles
Embargo
(Letra: TP; Música: Joyce Custódio)
Rasga, embriaga e aflora
A fina-flor esbraveja
Pinga, respinga e não molha
Deixa sangrar
Do lá-de-lá poesia e amor
De cá, tristeza, rasteira e dor
Em música arranha versos D’Ela
Deixa suar o lençol, cheiro dela
Pra suportar o lamento
Só fuga no pensamento de tempestade-amor
Se risca o chão de amores
Só brinca de ser cupido a fina-flor
Ela já nada entende
Tenta já tanto tempo faz
Ele se perde de vista, fugiente
Acha que desvia o tormento
Ancora o carpo corpo
A cada fúria do abismo
Beira alargar carpimento
Amor sem mão-dupla se esvai
Gasta a flor de tão fina
Sem nada, ela, sozinha, sentindo
Pensando que fosse junto lá fora
Gastando a fina-flor da aurora
Catando o que não mais cabe
Amor de chuva turva e esgota, embargado em São Saruê
a gente se deixa invadir pelo outro quando (bem) quer
segunda-feira, 2 de março de 2009
triste vida bela
às vezes penso que o mundo anda triste
.
e, sim... anda.
.
mas quem disse que a tristeza é feia?
.
e, sim... anda.
.
mas quem disse que a tristeza é feia?
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
conectados, sem nexos, mas sempre sãos...
descem e sobem ladeiras, passam tempos às escondidas, renascem a cada primavera do encontro...
conectados pelo prazer e desejo da juventude, loucos que são(s), revelam curas de mal passado passo e em leves pedaços são levados pela mão. riem, brincam e velam o anseio de serem sós. e só!
de olhos vendados, versam o embaraço e descortinam a felicidade (e como diz uma dança-amiga, no desespero pra felicidade, ela sabe, nada é pra sempre!). num voo pleno e pouco plano rememoram afetos, diminuem os limites da distância, transportam-se para um tempo que não tem data marcada nem horário de partida ou chegada.
a única certeza é não ter certeza ne-nhu-ma!
.
ao beijar a noite, a mulher - já menina - fecha os olhos, ouve a risada dele e a sua própria, deita a cabeça em seu ombro, sente o quente abraço de outrora e o sabor salgado do mar em sua boca...
e sim, eles estiveram juntos por mais um momento e foram banhados pela poesia do mar em seus olhos, ao sabor da brisa dos novos tempos.
.
(re)encontrar-se com o outro é sentir-se plenamente vivo!
...o tempo per-ma-nen-te-men-te corre!
amem... amém!
---
"Tempo a gente tem
Quanto a gente dá
Corre o que correr
Custa o que custar
-
Tempo a gente dá
Quanto a gente tem
Custa o que correr
Corre o que custar
--
O rio fica lá
A água é que correu
Chega na maré
Ele vira mar (...)"
(Evaporar - Rodrigo Amarante)
conectados pelo prazer e desejo da juventude, loucos que são(s), revelam curas de mal passado passo e em leves pedaços são levados pela mão. riem, brincam e velam o anseio de serem sós. e só!
de olhos vendados, versam o embaraço e descortinam a felicidade (e como diz uma dança-amiga, no desespero pra felicidade, ela sabe, nada é pra sempre!). num voo pleno e pouco plano rememoram afetos, diminuem os limites da distância, transportam-se para um tempo que não tem data marcada nem horário de partida ou chegada.
a única certeza é não ter certeza ne-nhu-ma!
.
ao beijar a noite, a mulher - já menina - fecha os olhos, ouve a risada dele e a sua própria, deita a cabeça em seu ombro, sente o quente abraço de outrora e o sabor salgado do mar em sua boca...
e sim, eles estiveram juntos por mais um momento e foram banhados pela poesia do mar em seus olhos, ao sabor da brisa dos novos tempos.
.
(re)encontrar-se com o outro é sentir-se plenamente vivo!
...o tempo per-ma-nen-te-men-te corre!
amem... amém!
---
"Tempo a gente tem
Quanto a gente dá
Corre o que correr
Custa o que custar
-
Tempo a gente dá
Quanto a gente tem
Custa o que correr
Corre o que custar
--
O rio fica lá
A água é que correu
Chega na maré
Ele vira mar (...)"
(Evaporar - Rodrigo Amarante)
domingo, 1 de fevereiro de 2009
e a chuva, quando falta muito, pede-se!
acorda molhada de som de fina chuva. escorre o dia em vermelho-vinho, embriaga-se na uva-amor, rememora a manhã de um novo amor...
.
com o oceano entre as pernas, transborda o apetite-desejo, deseja manhas manhãs, mãos em eclipse, gosto de fardo azedume, tênue agridoce, afável melaço...
.
quisera quietar o coração, acalmar os brios da manhã, as inefáveis horas do dia, a embriaguez da alma...
.
para, enfim, deleitar-se no véu da fina brisa que, leve, escorre e congela o seu umbigo...
---
"Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e ervas...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja."
(Alberto Caeiro - heterônimo de Fernando Pessoa)
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com o oceano entre as pernas, transborda o apetite-desejo, deseja manhas manhãs, mãos em eclipse, gosto de fardo azedume, tênue agridoce, afável melaço...
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quisera quietar o coração, acalmar os brios da manhã, as inefáveis horas do dia, a embriaguez da alma...
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para, enfim, deleitar-se no véu da fina brisa que, leve, escorre e congela o seu umbigo...
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"Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e ervas...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja."
(Alberto Caeiro - heterônimo de Fernando Pessoa)
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
(in)tensos dias
depois de 7 dias (in)tensos ela desaprende a dormir no horário normal...
o verbo = desapego
desapegar-se do que se sente é ser pleno a todo instante... e não temer a dor. é viver o ins-tan-te. e cada milésimo de segundo... como se fosse o último...
"assim é e assim seja..."
.
.
.
Quatro da manhã
Dor no apogeu
A lua já se escondeu
Vestindo o céu de puro breu
E eu mal vejo a minha mão
A rabiscar, esboço de canção
Poesia vã
Pobre verso meu
Que brota quando feneceu
A mesma flor que concebeu
Perdido na alucinação
Do amor acreditando na ilusão
Canto pra esquecer a dor da vida
Sei que o destino do amor
É sempre a despedida
A tristeza é o grão
Saudade é o chão onde eu planto
Do ventre da solidão
É que nasce o meu canto
(Composição: Teresa Cristina / Pedro Amorim)
o verbo = desapego
desapegar-se do que se sente é ser pleno a todo instante... e não temer a dor. é viver o ins-tan-te. e cada milésimo de segundo... como se fosse o último...
"assim é e assim seja..."
.
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Quatro da manhã
Dor no apogeu
A lua já se escondeu
Vestindo o céu de puro breu
E eu mal vejo a minha mão
A rabiscar, esboço de canção
Poesia vã
Pobre verso meu
Que brota quando feneceu
A mesma flor que concebeu
Perdido na alucinação
Do amor acreditando na ilusão
Canto pra esquecer a dor da vida
Sei que o destino do amor
É sempre a despedida
A tristeza é o grão
Saudade é o chão onde eu planto
Do ventre da solidão
É que nasce o meu canto
(Composição: Teresa Cristina / Pedro Amorim)
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
intervalo - o começo de tudo, no meio
e num intervalo de uma noite de lua cheia, momentos de música e felicidade...
o primeiro carinho, o roçar das mãos nas costas, a súbita sensação de leveza e calma interior. o desejo e o receio de transitar em território estranho. a fuga de si próprio, da atenção dos outros...
um dia disseram: - é preciso evitar o carinho!! tsc, tsc... carinho proibido... e toda a gente se acostumou. mas os sentidos e as sensações falam mais alto que a razão. deseja-se repetir a dose das mãos nas costas, o cafuné na cabeça... aí já era!
...
Dança-encontro; música da alma
(quinta-feira, 21 de junho de 2007)
E uma música tocou durante a dança das mãos
E uma música tocou durante o encontro dos braços...
dos dedos que se queriam perto quando 'deveriam' estar distantes
que se queriam quentes quando 'deveriam' estar frios...
E uma música tocou durante a dança das mãos
das mãos que encontravam os rostos, que sentiam a pele
que se queriam quentes.
E uma música tocou durante a dança das mãos
das mãos que encontravam o peito e o pulsar dos corações
dos corações que já se sentiam quentes e se queriam perto...
E uma música tocou durante a dança das mãos
das mãos que encontravam os lábios
que se queriam próximos
do próximo que já era perto, e diminuía a distância entre os lábios...
E uma música tocou durante a dança/encontro dos lábios
dos lábios que de tão próximos não mais enxergavam nada...
só seguiam dançando, ao som da música da alma.
...
Mas ela foi me levando pela mão
Íamos todos os dois, assim, ao léo
Ríamos, chorávamos sem razão
Hoje, lembrando-me dela
Me vendo nos olhos dela
Sei que o que tinha de ser se deu...
(Porque Era Ela, Porque Era Eu - Chico Buarque)
o primeiro carinho, o roçar das mãos nas costas, a súbita sensação de leveza e calma interior. o desejo e o receio de transitar em território estranho. a fuga de si próprio, da atenção dos outros...
um dia disseram: - é preciso evitar o carinho!! tsc, tsc... carinho proibido... e toda a gente se acostumou. mas os sentidos e as sensações falam mais alto que a razão. deseja-se repetir a dose das mãos nas costas, o cafuné na cabeça... aí já era!
...
Dança-encontro; música da alma
(quinta-feira, 21 de junho de 2007)
E uma música tocou durante a dança das mãos
E uma música tocou durante o encontro dos braços...
dos dedos que se queriam perto quando 'deveriam' estar distantes
que se queriam quentes quando 'deveriam' estar frios...
E uma música tocou durante a dança das mãos
das mãos que encontravam os rostos, que sentiam a pele
que se queriam quentes.
E uma música tocou durante a dança das mãos
das mãos que encontravam o peito e o pulsar dos corações
dos corações que já se sentiam quentes e se queriam perto...
E uma música tocou durante a dança das mãos
das mãos que encontravam os lábios
que se queriam próximos
do próximo que já era perto, e diminuía a distância entre os lábios...
E uma música tocou durante a dança/encontro dos lábios
dos lábios que de tão próximos não mais enxergavam nada...
só seguiam dançando, ao som da música da alma.
...
Mas ela foi me levando pela mão
Íamos todos os dois, assim, ao léo
Ríamos, chorávamos sem razão
Hoje, lembrando-me dela
Me vendo nos olhos dela
Sei que o que tinha de ser se deu...
(Porque Era Ela, Porque Era Eu - Chico Buarque)
a paixão agitou as samambaias de janeiro a quilômetros de alegria
acorda com o coração na boca... a boca em brasa.
segue.
descobre a lua... cheia. sobressalta o corpo, que grita. revela, vela. nada mais pertence a ela. é puro sabor da vida, da paixão. é terra molhada. virgem de setembro a janeiro. vapor barato. ondas de lágrimas indo e vindo. retorno insano... desejo permanente. encontro constante.
.
.
.
desnuda de pudor, já minguada pela lua que rege certa timidez, massageia o peito e lembra: - ainda é lua cheia no meu coração...
...
e "a paixão agitou as samambaias de janeiro a quilômetros de alegria"
segue.
descobre a lua... cheia. sobressalta o corpo, que grita. revela, vela. nada mais pertence a ela. é puro sabor da vida, da paixão. é terra molhada. virgem de setembro a janeiro. vapor barato. ondas de lágrimas indo e vindo. retorno insano... desejo permanente. encontro constante.
.
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.
desnuda de pudor, já minguada pela lua que rege certa timidez, massageia o peito e lembra: - ainda é lua cheia no meu coração...
...
e "a paixão agitou as samambaias de janeiro a quilômetros de alegria"
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
"a vida de cada pessoa é i-na-cre-di-tá-vel..."
.parecia uma quinta-feira qualquer de janeiro. ela vestiu seu vestido mais despojado, que comprara na última viagem de férias, calçou os sapatinhos de boneca e saiu. foi movida pelo ímpeto de desviar o caminho. não era muito decidida quando se tratava de desviar caminhos, mas naquele dia ela sabia que preferia faltar aula e ir para o teatro assistir, pela quinquagésima vez, ao espetáculo de um grande amigo... (de quebra ainda encontraria outros dois grandes amigos - boa oportunidade para festejarem, juntos, o ano que se iniciava, já que tomaram rumos diferentes no último reveillon).
.durante o espetáculo, algumas mudanças. só não se sabia se eram por causa das transformações que sofrera a peça desde a última vez que vira ou se se tratava das transformações que aquelas cenas começavam a fazer no seu coração. aos poucos, ela - que era avessa a segurar lágrimas - foi remoída de tal maneira por dentro que começou a chorar copiosamente. seu coração acelerou, sentiu um aperto no peito, um filme da sua vida passou ali, naquele momento. toda a poesia dita e dançada naquele palco tomou seu corpo inteiro. foi banhada pela chuva torrencial da poesia.
.sentiu-se humana, sensível, leve, feliz, infeliz... LIVRE... e sentiu-se profundamente equivocada, como costumava se sentir quando as lágrimas equilibravam a miopia e faziam com que enxergasse sua vida - torrente de lucidez que descarrega quando se é tomado pelas artes.
.após o espetáculo, os 4 amigos resolvem sair juntos para comemorar o início das novas temporadas - a do espetáculo e a do ano que se iniciava. ela sabia que estar com eles naquele momento também era motivo para estar mais sensível. era tudo pele e flor, à flor... da pele...
---
.desce uma cerveja pra esfriar a fina dor no peito e, de súbito, dá de cara com o desejo! louca pra esfumaçar a vida, é sobressaltada pela lembrança de um antigo romance. desses que acontecem uma única vez, mas que ficam na pele por toda a eternidade. "ligar ou não ligar? - eis a questão". bufo! ligou! e ele atendeu. conversam. ele diz que vai para o bar que ela está, mas ela não acredita: "ah, gente, acho q ele não vem, não!". mas nem por isso deixa de retocar o batom e comprar chicletes. minutos depois lá estavam os dois sentados à mesa. ela, desconcertada e fe-liz! já sabia onde daria aquele reencontro e, por mais que parecesse proibido, a sensação de liberdade massageava a alma desde a chuva de poesia do espetáculo do amigo.
.mãos nas pernas por baixo da mesa. carinho nos braços às escondidas. uma vertigem tomava o seu corpo relembrando de tudo que vivera. agradeceu por estar viva, ali, naquele momento. sorria. o coração quente, saindo pela boca. a boca em chamas. fumaça, olhares... o beijo! o mesmo de antes. na medida perfeita. o entendimento harmonioso das bocas. a imagem da dança de novo. da dança que nascia do toque dele, on-de-quer-que-fos-se.
.e se dando conta de que não estava se sentindo tão livre assim, despediu-se... tinha de dormir com aquele desejo. era preciso. como se guardasse antigos bilhetes de amor na caixa de sapatos, decidiu dormir. tirou o sapato de bonecas, o vestido despojado, despiu-se para o sono... e sorriu... lembrando: - "a vida de cada pessoa é i-na-cre-di-tá-vel".
.durante o espetáculo, algumas mudanças. só não se sabia se eram por causa das transformações que sofrera a peça desde a última vez que vira ou se se tratava das transformações que aquelas cenas começavam a fazer no seu coração. aos poucos, ela - que era avessa a segurar lágrimas - foi remoída de tal maneira por dentro que começou a chorar copiosamente. seu coração acelerou, sentiu um aperto no peito, um filme da sua vida passou ali, naquele momento. toda a poesia dita e dançada naquele palco tomou seu corpo inteiro. foi banhada pela chuva torrencial da poesia.
.sentiu-se humana, sensível, leve, feliz, infeliz... LIVRE... e sentiu-se profundamente equivocada, como costumava se sentir quando as lágrimas equilibravam a miopia e faziam com que enxergasse sua vida - torrente de lucidez que descarrega quando se é tomado pelas artes.
.após o espetáculo, os 4 amigos resolvem sair juntos para comemorar o início das novas temporadas - a do espetáculo e a do ano que se iniciava. ela sabia que estar com eles naquele momento também era motivo para estar mais sensível. era tudo pele e flor, à flor... da pele...
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.desce uma cerveja pra esfriar a fina dor no peito e, de súbito, dá de cara com o desejo! louca pra esfumaçar a vida, é sobressaltada pela lembrança de um antigo romance. desses que acontecem uma única vez, mas que ficam na pele por toda a eternidade. "ligar ou não ligar? - eis a questão". bufo! ligou! e ele atendeu. conversam. ele diz que vai para o bar que ela está, mas ela não acredita: "ah, gente, acho q ele não vem, não!". mas nem por isso deixa de retocar o batom e comprar chicletes. minutos depois lá estavam os dois sentados à mesa. ela, desconcertada e fe-liz! já sabia onde daria aquele reencontro e, por mais que parecesse proibido, a sensação de liberdade massageava a alma desde a chuva de poesia do espetáculo do amigo.
.mãos nas pernas por baixo da mesa. carinho nos braços às escondidas. uma vertigem tomava o seu corpo relembrando de tudo que vivera. agradeceu por estar viva, ali, naquele momento. sorria. o coração quente, saindo pela boca. a boca em chamas. fumaça, olhares... o beijo! o mesmo de antes. na medida perfeita. o entendimento harmonioso das bocas. a imagem da dança de novo. da dança que nascia do toque dele, on-de-quer-que-fos-se.
.e se dando conta de que não estava se sentindo tão livre assim, despediu-se... tinha de dormir com aquele desejo. era preciso. como se guardasse antigos bilhetes de amor na caixa de sapatos, decidiu dormir. tirou o sapato de bonecas, o vestido despojado, despiu-se para o sono... e sorriu... lembrando: - "a vida de cada pessoa é i-na-cre-di-tá-vel".
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