vida, trabalho, presentes, pesquisas realizadas

sexta-feira, 29 de maio de 2009

mané fogueteiro

deixa de atiçar as crianças pro mar...

e se atiçar deixa a areia rolar
o bom é deitar o olhar sobre o dia, a praça em luz, o sol dando tapa aveludado na cara...

à noite enrijeço.

terça-feira, 12 de maio de 2009

a quilômetros igual

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salto a quilômetros
alegria instante
em tempo verso
pós angústia dor
caos, tarde, amor
presente caixa à parte
parte, reparte
mais verão e acaso
rasgo peito inconstante
removendo sangue
novo o não instaura

o sempre igual


Praia da Peroba (CE), 11 de abril de 2009.

domingo, 10 de maio de 2009

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amor é pra ser livre...
sem hora marcada
sem aviso prévio
sem bula de remédio
irremedialmente leve

sem receio, anseio ou dor
sem preço que se pague
sem dívida que se cobre
sem água que se afogue...
...se houver chuva, a-me-açar

amor há de cheirar terra molhada
há de limpar a vista da bruma, desembaçar
há de tirar a dor de cabeça, não tiraniar

pois guerra nem rima com amor

é preciso acordar e ter chão a pisar de areia fina
escovar os dentes pra brincar com a espuma na boca

alimentar-se com pão-mel-de-ló-melodia
deitar o sono justo das horas vãs que não são vazias

 
passar por essa vida e viver algo assim...pra não fadar ao fracasso
pra poder ser feliz e amar em 5min, q seja, intensamente


"qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na locura..."
João Guimarães Rosa

sábado, 2 de maio de 2009

Tempo de trocar de pele

Viver novo amor é como trocar de pele
É descascar o avesso de algo que ainda não foi
Fazer existir um outro universo... um novo... um sempre (?)
É descansar no silêncio de um desejo
Ou gritar o medo ensurdecedor do vazio
É viver... simplesmente... a se atravessar

É um não-saber inconstante
Acordar pro dia das horas incertas
Dormir o sono revirado dos instantes presentes
Passear no jardim dos tempos da espera
Recolher-se para o breve desabrochar

Que mal há em se querer amor certo?
Que mal há em se querer a certeza do amor?
Ser feliz, ter mil minutos de glória
Saber das certas respostas, do sorriso sincero
Do viver presente, constante, absoluto... (?)

Mas há sempre que se trocar de pele, eu sei
A viva cor da carne é intensa o bastante
E queima quando muda... e, muda, enlouquece
Gritando a não-voz do amor em carne... vivo!

de um modo ou de outro...

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"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

Clarice Lispector
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